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Para Beatriz Pont, da OECD, relação da escola com a família é essencial.
Governos devem investir nas escolas com maior vulnerabilidade social, diz.
Embora não exista uma solução única e eficaz para o desafio dos países de atingirem e manterem um nível de educação considerado de qualidade, alguns elementos são essenciais para promover oportunidades iguais de aprendizado para todos alunos. Segundo a especialista espanhola Beatriz Pont, que trabalha na Diretoria de Educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), um dos mais importantes elementos, principalmente em escolas "desavantajadas" --as que ficam em comunidades vulneráveis social e economicamente--, é a proximidade entre a escola e a família.
"Um sistema de educação com expectativas altas tende a cumprir a expectativa. Os pais precisam acreditar. Se você não acredita no potencial do seu filho, ninguém vai acreditar, nem ele", afirmou Beatriz, durante palestra da Fundação Itaú Social na manhã desta quarta-feira (14), em São Paulo. Na ocasião, ela apresentou alguns dados do estudo "Equidade e qualidade em educação: apoiando escolas e alunos mais vulneráveis", publicado neste ano pela OECD.
"Um aluno não pode carregar o peso da pouca educação de seus pais. Todos devem ter a mesma oportunidade de aprender, não importa quem são seus pais e de onde eles vêm", disse.
Beatriz citou exemplos como o da Coreia do Sul, que em vinte anos passou de um patamar educacional semelhante ao do Afeganistão para ter todos os seus jovens matriculados no ensino médio. No caso do país asiático, ela explicou que os investimentos nas escolas e nos professores foram significativos --uma revolução educacional dessas só é possível, segundo ela afirmou ao G1, quando o governo adota a educação como prioridade.
O Brasil, na opinião da especialista, está na trilha certa. "Os resultados do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Alunos] mostram que o Brasil avançou", disse ela. Porém, políticas públicas que privilegiem a formação de professores de qualidade, principalmente nos que atuam nas escolas com maior desvantagem, devem ser colocadas em prática para que o país continue no caminho correto.
Incentivo familiar
A especialista afirma que vários estudos já demonstravam como crianças de famílias com baixa renda acabam tendo ainda menos incentivo para estudar. "Pais com pouco estudo ficam mais distantes da escola, às vezes têm medo de ir à escola, às vezes nem sabem da importância de participar", disse.
A especialista afirma que vários estudos já demonstravam como crianças de famílias com baixa renda acabam tendo ainda menos incentivo para estudar. "Pais com pouco estudo ficam mais distantes da escola, às vezes têm medo de ir à escola, às vezes nem sabem da importância de participar", disse.
Por isso, faz parte da gestão escolar sabe como atrair principalmente esses pais, com meios de comunicação alternativos que vão além dos boletins escolares.
Uma das pesquisas da OECD mostram que adolescentes de 15 anos para quem os pais costumavam ler em casa, quando eles eram crianças, têm desempenho escolar melhor que os demais.
Beatriz explica que, se os pais não perguntam sobre a escola, isso mostra aos filhos que eles não dão valor a ela, e é essa a mensagem que eles recebem. "Mesmo pais com pouca educação podem incentivar os filhos a se dedicarem aos estudos."
Os dados da OECD mostram que aproximas os pais da escola é um desafio enfrentado por muitos países, e cada um tenta enfrentá-lo de um jeito. Na Holanda, professores fazem visitas às casas dos alunos e oferecem em suas escolas até cursos de alfabetização para os pais. Na Espanha, os alunos levam para casa a "maleta dos pais", com vídeos e informações sobre a escola e as expectativas quanto aos alunos. Já na Irlanda, a escola institui coordenadores comunitários, que têm a incumbência de fazer a ponte entre a comunidade e o colégio, mantendo os pais próximos dos professores.
Custos da má educação
O atraso educacional e a alta evasão escolar custam caro aos países. "As pessoas que não estudam tendem a custar muito mais ao sistema de seguridade social porque não conseguem arrumar emprego. Além disso, o baixo nível educacional limita a inovação para o crescimento econômico, além de deteriorar a coesão social", afirmou. Ela alertou ainda que melhorar a educação das camadas mais ricas não só não resolve a questão como provoca sérios problemas sociais.
O atraso educacional e a alta evasão escolar custam caro aos países. "As pessoas que não estudam tendem a custar muito mais ao sistema de seguridade social porque não conseguem arrumar emprego. Além disso, o baixo nível educacional limita a inovação para o crescimento econômico, além de deteriorar a coesão social", afirmou. Ela alertou ainda que melhorar a educação das camadas mais ricas não só não resolve a questão como provoca sérios problemas sociais.
"Por que não investir esse dinheiro de maneira mais inteligente, garantindo que as crianças aprendam?" Beatriz afirma que é necessário investir na educação infantil, mas também no ensino em todos os níveis, para evitar a evasão e, principalmente o sistema de reprovação dos alunos que não aprenderam o esperado.
Em alguns níveis, a taxa de reprovação brasileira chega a 40%, número semelhante ao de Macau, na China, e muito acima de países considerados como exemplos na área.
Ela explica que não adianta barrar o aluno e forçá-lo a repetir o mesmo conteúdo com os mesmos professores. "Quão entediante é isso? A reprovação é um dos motivos para o abandono", afirmou. Segundo ela, avisar os pais do risco de reprovação quando ela já é iminente não resolve, porque é preciso preencher as lacunas durante o ano letivo para garantir que o aluno aprenda. "O professor que diz que o aluno não tem capacidade de aprender deveria pensar se não foi ele que não soube ensinar."
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Depois que fizer as sondagens de escrita para avaliar as aprendizagens, dedique maior atenção àqueles alunos cujos resultados não correspondem às expectativas de aprendizagem, ou seja, que ainda não escrevem segundo a hipótese silábica com valor sonoro. Se mostrarem avanços, mas estes ainda forem pequenos, o que fazer?
Vários aspectos merecem ser considerados, mas um deles é fundamental: essas crianças precisam do seu acompanhamento diferenciado e próximo.
Mesmo que contem com a ajuda dos colegas nas propostas em duplas, é indispensável a intervenção direta e constante do professor. Seu apoio será importante, em certos momentos, para incentivá-las a continuar manifestando suas idéias. A relação que você estabelece com a criança e com o que ela produz é fundamental para que se sinta capaz de aprender. Em outros momentos, porém, cabem intervenções mais explícitas para que fiquem atentas às características do sistema de escrita; é o caso, por exemplo, de quando você pede para ajudarem a escrever certas palavras, faz perguntas sobre as letras iniciais ou finais etc.
Apresentamos a seguir algumas orientações gerais, que serão úteis no encaminhamento de qualquer atividade, com o intuito de criar condições para atender o maior número possível de alunos com dificuldades.
1. De posse das sondagens realizadas e da
comparação dos resultados, identifique os alunos que necessitam de mais ajuda. Esse procedimento é essencial. É verdade que no dia-a-dia você obtém
muitas informações acerca do que cada aluno já sabe. Mas as sondagens servem
justamente para fortalecer essas impressões e, ao mesmo tempo, garantir que
nada escape ao seu olhar. Sempre há alunos que não chamam tanto a atenção e não
costumam pedir ajuda (são tímidos ou preferem não se manifestar), mas mostram
ao longo do ano avanços menos significativos do que seria esperado, indicando
que necessitam de um acompanhamento próximo – e isso não seria percebido sem a
realização de sondagens periódicas.
2. Organize as duplas de modo que os dois parceiros
estejam em momentos razoavelmente próximos em relação às hipóteses de escrita. Mais uma utilidade das sondagens: permitir que você agrupe os alunos de
acordo com critérios mais objetivos. É sempre importante lembrar que a função
das duplas não é garantir que todos façam as atividades corretamente, mas
favorecer a mobilização dos conhecimentos de cada um, para que possam avançar.
Lembre-se também de que uma boa dupla (a chamada dupla produtiva) é aquela em
que os integrantes fazem uma troca constante de informações; um ajuda de fato o
outro, e ambos aprendem. Preste muita atenção às interações que ocorrem nas duplas
e promova trocas de acordo com o trabalho a ser desenvolvido.
3. Organize a classe de modo a deixar os alunos que
mais necessitam de ajuda mais próximos de você, de preferência nas fileiras da
frente. A tarefa do
professor é altamente complexa. Inúmeras variáveis intervêm para que o objetivo
de favorecer a aprendizagem de todos seja alcançado. Às vezes, detalhes
permitem gerenciar melhor a ajuda que você pode oferecer. Um deles é o modo de
organizar o espaço da classe. Se os alunos que demandam mais apoio e se
dispersam com facilidade estiverem mais próximos a você, será mais fácil
observar, orientar e intervir no trabalho que realizam.
4. Explique a todos o que deve ser feito em cada
atividade, mesmo naquelas complementares, propostas apenas para os alunos que
já escrevem convencionalmente. Este é mais um
cuidado para potencializar a ajuda valiosa que você pode oferecer aos alunos
que têm dificuldade. Se todos os alunos já sabem o que precisam fazer, seu
apoio será mais produtivo para os que necessitam dele. Não se esqueça de
explicar também a atividade complementar, a ser feita apenas por aqueles que
trabalham num ritmo mais rápido, por lidarem melhor com os conteúdos propostos.
5. Após ter dado orientação para todos os alunos,
caminhe entre eles e observe seus trabalhos, especialmente os daqueles que têm
mais dificuldades. É importante
circular entre os alunos enquanto eles trabalham por diversos motivos: avaliar
se compreenderam a proposta, observar como estão interagindo, garantir que as
informações circulem e que todos expressem o que sabem. Quando necessário,
procure questionar e interferir, evitando criar a idéia de que qualquer
resposta é válida. Observe também se o grau de dificuldade envolvido na
proposta não está muito além do que podem alguns alunos, se não está
excessivamente difícil para eles. Cada atividade propõe desafios destinados a
favorecer a reflexão dos alunos. Muitas vezes você deverá fazer ajustes:
questionar alguns para que reflitam um pouco mais, oferecer pistas para ajudar
os inseguros. Você encontra sugestões para isso na orientação de cada atividade
sugerida.
6. Se tiver muitos alunos que dependem de sua
ajuda, acompanhe algumas duplas num dia e outras no dia seguinte. Lembre-se de
que é necessário planejar diariamente atividades dedicadas à reflexão sobre o
sistema de escrita (de escrita ou de leitura pelo aluno), já que esta é uma das
prioridades do 1º ano. O desafio proposto
para nós, professores, é muito grande, e sabemos que gerenciá-lo é uma arte.
Não podemos ajudar todos, o tempo todo. Por isso, você precisa se organizar
para melhorar as intervenções do ponto de vista qualitativo. Uma forma de
garantir esse acompanhamento é sempre dar atenção particular a alguns alunos a
cada dia. Além disso, a organização do trabalho em duplas permite que, mesmo
nos momentos em que não contam com sua ajuda, possam trocar informações e se
confrontar com idéias diferentes.
*FONTE: Guia para o planejamento do professor alfabetizado - VOL 3
(SMESP)
PORTFÓLIO – passo a passo (critérios)
O que significa PORTFÓLIO?
A raiz da palavra portfólio
vem das palavras italianas “portare”, que significa “levar”, e “foglio”, que
significa “papel” ou “folha”. Um
portfólio é um conjunto sistemático de trabalhos que pode evidenciar o
progresso e o perfil das habilidades de um aluno ao longo do tempo.
Todos os indivíduos têm a
tendência de congelar momentos da vida: álbum de fotos, diferentes tipos de
coleções, escrita de livros, diários, etc. Uma das razões para tais ações é,
vez por outra, poder reviver esses momentos e, consequentemente, perceber como
mudamos com o tempo. Sendo assim,
mantemos PORTFÓLIOS de nossa vida desde sempre.
Nas escolas e/ou universidades,
costuma-se trabalhar com portfólios de duas formas: para registrar, ao longo de
todo o ano, as atividades desenvolvidas por cada aluno; e como uma espécie de
relatório de um trabalho ou projeto específico. Em ambos os casos, tanto
professor quanto o aluno, percebem e acompanham a evolução do trabalho. Principalmente
se o projeto for INTERDISCIPLINAR, ou seja, desenvolvendo um arquivo de
informações de diversas disciplinas. A proposta é que o aluno pense,
esquematize e estabeleça relações e reflexões entre elas e aí dinamizar o
APRENDER A APRENDER.
O PORTFÓLIO pode ser
desenvolvido em projetos individuais ou coletivos. Nos primeiros, cada
estudante escolhe o assunto que lhe interessa de uma lista predeterminada. Nos
coletivos, o tema é o mesmo para todos, ainda que o registro possa ser
individual.
Em nosso caso (CURSO DE
PEDAGOGIA A DISTÂNCIA), privilegiamos o PORTFÓLIO COLETIVO!
PASSO A PASSO DO NOSSO CURSO:
-
Após iniciarem as disciplinas de PRIMEIRO PERÍODO, é necessária a formação de
grupos. Como fazer? Procure seus amigos através de MEU ESPAÇO, PERFIL DA
TURMA e entre em contato! Comunique-se!
Perca a timidez!
-
Assim que todos estiverem “de acordo”, vá ao webensino, COLABORAÇÃO, AMBIENTE
DE GRUPO e selecione os componentes. Como fazer? No AMBIENTE DE GRUPO, clique em NOVO GRUPO , uma janela
se abrirá. Em TÍTULO
DO GRUPO digite um nome para o grupo (p.e. APRENDIZES,
ESTUDOS, CONHECIMENTO etc.). Use a BARRA DE ROLAGEM para procurar as pessoas do
SEU grupo, clique em cima do nome e da SETINHA na direção do espaço em branco,
assim sucessivamente até ter separado todos os nomes. Por fim clique em FORMAR GRUPO. Pronto !
Seu grupo está postado!
-
Sugere-se que cada grupo tenha 05 COMPONENTES. Como é um trabalho que pretende
a interação entre os alunos, NÃO É POSSÍVEL fazer sozinho. Logo conheça seus
colegas!
-
Para grupos compostos por menos de cinco alunos, o número de mídias e conceitos
permanece o mesmo: 05 mídias e 05 conceitos.
- No
transcurso da leitura do caderno de qualquer das disciplinas de 1º PERÍODO, o
grupo deve selecionar cinco conceitos diferentes e analisar cinco mídias
diferentes a partir desses conceitos.
-
Não há mínimo, nem máximo: são cinco conceitos para cinco mídias diferentes.
-
Mídias possíveis: livros, letra de música, filme, quadrinhos, programas de TV
etc.
-
Ferramenta de apresentação do portifólio do Projeto Interdisciplinar: WORD ou
POWER POINT.
- No
webensino (http://avm.webensino.com.br) tanto existem exemplos PRONTOS de
portifólio em cada uma das ferramentas, quanto existem arquivos EM BRANCO a
serem preenchidos pelo grupo também em ambas as ferramentas.
-
Como acessar o PROJETO INTERDISCIPLINAR (Portfólio): clique em BIBLIOTECA e em PROJETO INTERDISCIPLINAR
– primeiro período. Clique ali e veja os 04 arquivos: dois exemplos e dois
modelos de cada ferramenta.
- Se
o grupo escolher enviar o projeto em POWER POINT , todos os trabalhos deverão estar em POWER POINT. Caso
escolha em WORD, todos os trabalhos deverão estar em WORD.
-
Depois da escolha da FERRAMENTA, clique no arquivo EM BRANCO escolhido. Ao se
abrir, vá em ARQUIVO, SALVAR COMO, dê um nome para o arquivo (p.e. PORTFÓLIO 1)
e SALVE em seu computador. OBS.: O
arquivo NÃO PODE ser aberto, desenvolvido e gravado no webensino! Antes de
qualquer coisa, é preciso salva-lo em seu computador primeiro!
-
Terminado o trabalho em seu computador, SALVE. Acesse a Internet, abra o
WEBENSINO, clique em COLABORAÇÃO, AMBIENTE DO GRUPO. Lá você encontrará e
clicará na frase INCLUIR PUBLICAÇÃO.
-
Após clicar em
INCLUIR PUBLICAÇÃO , abre-se uma janela. Digite o título (p.e:
PORTFÓLIO 1) e digite uma mensagem sucinta (p.e. Portfolio do grupo...). Clique
em PROCURAR (essa tecla abrirá as pastas do seu computador, procure o lugar
onde gravou o ARQUIVO PORTFÓLIO 1). Ao encontrar o arquivo, clique DUAS VEZES
em cima dele. O link do arquivo aparecerá no espaço vazio. Clique em ENVIAR.
-
PRONTO! Seu trabalho está postado com sucesso! Todo o procedimento deverá ser
repetido caso o grupo decida fazer o trabalho por partes.
MATÉRIA RETIRADA DO SITE CENTRAL DE PROFESSORES
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FALTA TREINAMENTO PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
Especialistas criticam formação inicial dos professores que trabalham na primeira etapa da educação básica
Priscilla Borges, iG Brasília | 14/06/2010
Os professores que trabalham hoje nas salas de aula de creches e pré-escolas de todo o País não estão preparados para os desafios específicos da educação infantil. Essa é a opinião de diferentes especialistas que participaram nesta segunda-feira de seminário promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério da Educação sobre a qualidade da educação infantil.
Sharon Lynn Kagan, do Teachers College da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, lembrou que os programas de ensino – que ela considera tão importantes quanto o tamanho das turmas, a quantidade de alunos em sala de aula e a qualificação dos professores – precisam respeitar as crianças. Isso significa valorizar as necessidades específicas delas.Para a pesquisadora da Fundação Carlos Chagas Maria Malta Campos, os professores que atuam nessa fase aprendem muito pouco sobre o trabalho específico da educação infantil durante o curso de graduação. “Eles precisam aprender a lidar com as especificidades e têm de continuar a formação. A supervisão é outro ponto muito frágil da educação infantil. As equipes das secretarias são pequenas e não conseguem visitar as escolas para acompanhar o trabalho dos professores”, analisa.
“Não adianta garantir acesso. O ensino precisa ser de qualidade”, afirma Sharon. Na opinião da professora, a pesquisa divulgada no seminário, intitulada Educação Infantil no Brasil: avaliação qualitativa e quantitativa, deve ser analisada com cuidado pelos gestores, professores e sociedade em geral. “Em primeiro lugar, a qualidade de ensino para as crianças pequenas é baixa. Cerca de 70% delas estão em ambientes inadequados e isso pode comprometer o desenvolvimento deles”, alerta.
A professora Sônia Kramer, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), ressaltou que o País precisa enfrentar as tensões da gestão escolar, criar políticas públicas que incentivem a formação e promover o trabalho conjunto de professores da educação infantil e do ensino fundamental. “É preciso garantir transição muito mais do que articulação entre as etapas”, afirma.
O QUE FAZER COM ALUNOS QUE PARECEM NÃO APRENDER?
Depois que fizer as sondagens de escrita para avaliar as aprendizagens, dedique maior atenção àqueles alunos cujos resultados não correspondem às expectativas de aprendizagem, ou seja, que ainda não escrevem segundo a hipótese silábica com valor sonoro. Se mostrarem avanços, mas estes ainda forem pequenos, o que fazer?
Vários aspectos merecem ser considerados, mas um deles é fundamental: essas crianças precisam do seu acompanhamento diferenciado e próximo.
Mesmo que contem com a ajuda dos colegas nas propostas em duplas, é indispensável a intervenção direta e constante do professor. Seu apoio será importante, em certos momentos, para incentivá-las a continuar manifestando suas idéias. A relação que você estabelece com a criança e com o que ela produz é fundamental para que se sinta capaz de aprender. Em outros momentos, porém, cabem intervenções mais explícitas para que fiquem atentas às características do sistema de escrita; é o caso, por exemplo, de quando você pede para ajudarem a escrever certas palavras, faz perguntas sobre as letras iniciais ou finais etc.
Apresentamos a seguir algumas orientações gerais, que serão úteis no encaminhamento de qualquer atividade, com o intuito de criar condições para atender o maior número possível de alunos com dificuldades.
1. De posse das sondagens realizadas e da comparação dos resultados, identifique os alunos que necessitam de mais ajuda. Esse procedimento é essencial. É verdade que no dia-a-dia você obtém muitas informações acerca do que cada aluno já sabe. Mas as sondagens servem justamente para fortalecer essas impressões e, ao mesmo tempo, garantir que nada escape ao seu olhar. Sempre há alunos que não chamam tanto a atenção e não costumam pedir ajuda (são tímidos ou preferem não se manifestar), mas mostram ao longo do ano avanços menos significativos do que seria esperado, indicando que necessitam de um acompanhamento próximo – e isso não seria percebido sem a realização de sondagens periódicas.
2. Organize as duplas de modo que os dois parceiros estejam em momentos razoavelmente próximos em relação às hipóteses de escrita. Mais uma utilidade das sondagens: permitir que você agrupe os alunos de acordo com critérios mais objetivos. É sempre importante lembrar que a função das duplas não é garantir que todos façam as atividades corretamente, mas favorecer a mobilização dos conhecimentos de cada um, para que possam avançar. Lembre-se também de que uma boa dupla (a chamada dupla produtiva) é aquela em que os integrantes fazem uma troca constante de informações; um ajuda de fato o outro, e ambos aprendem. Preste muita atenção às interações que ocorrem nas duplas e promova trocas de acordo com o trabalho a ser desenvolvido.
3. Organize a classe de modo a deixar os alunos que mais necessitam de ajuda mais próximos de você, de preferência nas fileiras da frente. A tarefa do professor é altamente complexa. Inúmeras variáveis intervêm para que o objetivo de favorecer a aprendizagem de todos seja alcançado. Às vezes, detalhes permitem gerenciar melhor a ajuda que você pode oferecer. Um deles é o modo de organizar o espaço da classe. Se os alunos que demandam mais apoio e se dispersam com facilidade estiverem mais próximos a você, será mais fácil observar, orientar e intervir no trabalho que realizam.
4. Explique a todos o que deve ser feito em cada atividade, mesmo naquelas complementares, propostas apenas para os alunos que já escrevem convencionalmente. Este é mais um cuidado para potencializar a ajuda valiosa que você pode oferecer aos alunos que têm dificuldade. Se todos os alunos já sabem o que precisam fazer, seu apoio será mais produtivo para os que necessitam dele. Não se esqueça de explicar também a atividade complementar, a ser feita apenas por aqueles que trabalham num ritmo mais rápido, por lidarem melhor com os conteúdos propostos.
5. Após ter dado orientação para todos os alunos, caminhe entre eles e observe seus trabalhos, especialmente os daqueles que têm mais dificuldades. É importante circular entre os alunos enquanto eles trabalham por diversos motivos: avaliar se compreenderam a proposta, observar como estão interagindo, garantir que as informações circulem e que todos expressem o que sabem. Quando necessário, procure questionar e interferir, evitando criar a idéia de que qualquer resposta é válida. Observe também se o grau de dificuldade envolvido na proposta não está muito além do que podem alguns alunos, se não está excessivamente difícil para eles. Cada atividade propõe desafios destinados a favorecer a reflexão dos alunos. Muitas vezes você deverá fazer ajustes: questionar alguns para que reflitam um pouco mais, oferecer pistas para ajudar os inseguros. Você encontra sugestões para isso na orientação de cada atividade sugerida.
6. Se tiver muitos alunos que dependem de sua ajuda, acompanhe algumas duplas num dia e outras no dia seguinte. Lembre-se de que é necessário planejar diariamente atividades dedicadas à reflexão sobre o sistema de escrita (de escrita ou de leitura pelo aluno), já que esta é uma das prioridades do 1º ano. O desafio proposto para nós, professores, é muito grande, e sabemos que gerenciá-lo é uma arte. Não podemos ajudar todos, o tempo todo. Por isso, você precisa se organizar para melhorar as intervenções do ponto de vista qualitativo. Uma forma de garantir esse acompanhamento é sempre dar atenção particular a alguns alunos a cada dia. Além disso, a organização do trabalho em duplas permite que, mesmo nos momentos em que não contam com sua ajuda, possam trocar informações e se confrontar com idéias diferentes.
*FONTE: Guia para o planejamento do professor alfabetizado - VOL 3 (SMESP)
Vários aspectos merecem ser considerados, mas um deles é fundamental: essas crianças precisam do seu acompanhamento diferenciado e próximo.
Mesmo que contem com a ajuda dos colegas nas propostas em duplas, é indispensável a intervenção direta e constante do professor. Seu apoio será importante, em certos momentos, para incentivá-las a continuar manifestando suas idéias. A relação que você estabelece com a criança e com o que ela produz é fundamental para que se sinta capaz de aprender. Em outros momentos, porém, cabem intervenções mais explícitas para que fiquem atentas às características do sistema de escrita; é o caso, por exemplo, de quando você pede para ajudarem a escrever certas palavras, faz perguntas sobre as letras iniciais ou finais etc.
Apresentamos a seguir algumas orientações gerais, que serão úteis no encaminhamento de qualquer atividade, com o intuito de criar condições para atender o maior número possível de alunos com dificuldades.
1. De posse das sondagens realizadas e da comparação dos resultados, identifique os alunos que necessitam de mais ajuda. Esse procedimento é essencial. É verdade que no dia-a-dia você obtém muitas informações acerca do que cada aluno já sabe. Mas as sondagens servem justamente para fortalecer essas impressões e, ao mesmo tempo, garantir que nada escape ao seu olhar. Sempre há alunos que não chamam tanto a atenção e não costumam pedir ajuda (são tímidos ou preferem não se manifestar), mas mostram ao longo do ano avanços menos significativos do que seria esperado, indicando que necessitam de um acompanhamento próximo – e isso não seria percebido sem a realização de sondagens periódicas.
2. Organize as duplas de modo que os dois parceiros estejam em momentos razoavelmente próximos em relação às hipóteses de escrita. Mais uma utilidade das sondagens: permitir que você agrupe os alunos de acordo com critérios mais objetivos. É sempre importante lembrar que a função das duplas não é garantir que todos façam as atividades corretamente, mas favorecer a mobilização dos conhecimentos de cada um, para que possam avançar. Lembre-se também de que uma boa dupla (a chamada dupla produtiva) é aquela em que os integrantes fazem uma troca constante de informações; um ajuda de fato o outro, e ambos aprendem. Preste muita atenção às interações que ocorrem nas duplas e promova trocas de acordo com o trabalho a ser desenvolvido.
3. Organize a classe de modo a deixar os alunos que mais necessitam de ajuda mais próximos de você, de preferência nas fileiras da frente. A tarefa do professor é altamente complexa. Inúmeras variáveis intervêm para que o objetivo de favorecer a aprendizagem de todos seja alcançado. Às vezes, detalhes permitem gerenciar melhor a ajuda que você pode oferecer. Um deles é o modo de organizar o espaço da classe. Se os alunos que demandam mais apoio e se dispersam com facilidade estiverem mais próximos a você, será mais fácil observar, orientar e intervir no trabalho que realizam.
4. Explique a todos o que deve ser feito em cada atividade, mesmo naquelas complementares, propostas apenas para os alunos que já escrevem convencionalmente. Este é mais um cuidado para potencializar a ajuda valiosa que você pode oferecer aos alunos que têm dificuldade. Se todos os alunos já sabem o que precisam fazer, seu apoio será mais produtivo para os que necessitam dele. Não se esqueça de explicar também a atividade complementar, a ser feita apenas por aqueles que trabalham num ritmo mais rápido, por lidarem melhor com os conteúdos propostos.
5. Após ter dado orientação para todos os alunos, caminhe entre eles e observe seus trabalhos, especialmente os daqueles que têm mais dificuldades. É importante circular entre os alunos enquanto eles trabalham por diversos motivos: avaliar se compreenderam a proposta, observar como estão interagindo, garantir que as informações circulem e que todos expressem o que sabem. Quando necessário, procure questionar e interferir, evitando criar a idéia de que qualquer resposta é válida. Observe também se o grau de dificuldade envolvido na proposta não está muito além do que podem alguns alunos, se não está excessivamente difícil para eles. Cada atividade propõe desafios destinados a favorecer a reflexão dos alunos. Muitas vezes você deverá fazer ajustes: questionar alguns para que reflitam um pouco mais, oferecer pistas para ajudar os inseguros. Você encontra sugestões para isso na orientação de cada atividade sugerida.
6. Se tiver muitos alunos que dependem de sua ajuda, acompanhe algumas duplas num dia e outras no dia seguinte. Lembre-se de que é necessário planejar diariamente atividades dedicadas à reflexão sobre o sistema de escrita (de escrita ou de leitura pelo aluno), já que esta é uma das prioridades do 1º ano. O desafio proposto para nós, professores, é muito grande, e sabemos que gerenciá-lo é uma arte. Não podemos ajudar todos, o tempo todo. Por isso, você precisa se organizar para melhorar as intervenções do ponto de vista qualitativo. Uma forma de garantir esse acompanhamento é sempre dar atenção particular a alguns alunos a cada dia. Além disso, a organização do trabalho em duplas permite que, mesmo nos momentos em que não contam com sua ajuda, possam trocar informações e se confrontar com idéias diferentes.
*FONTE: Guia para o planejamento do professor alfabetizado - VOL 3 (SMESP)
Bullying
Uma cartilha sobre o crime do bullyingVítimas de perseguições na escola precisam de atenção especial. O Conselho Nacional de Justiça ajuda a esclarecer a questão
Mariana Laboissière
marianalaboissiere.df@dabr.com.br
A violência física e psicológica contra pessoas incapazes de se defender, fenômeno popularmente conhecido como bullying, está na mira da Justiça. Uma cartilha informativa lançada com o selo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), visa orientar pais e educadores no combate ao problema, que se tornou uma verdadeira patologia no ambiente escolar. O livreto de 14 páginas é de autoria da psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva, que assina também o livro Bullying: mentes perigosas nas escolas. A primeira edição é parte integrante do projeto Justiça nas Escolas e compõe uma série de ações cujo objetivo é aproximar o Judiciário e instituições de ensino do país na prevenção de problemas que afetam crianças e adolescentes.
Os abusos físicos e psicológicos deixam marcas difíceis de serem apagadas da vida de qualquer estudante Foto: Cadu Gomes/CB/D.A Press
O texto é apresentado em forma de perguntas e respostas. Além da descrição do fenômeno e de suas diversas formas de manifestação, são elencadas as consequências e os meios de evitá-lo. Cerca de 46 mil exemplares da cartilha já estão sendo impressos para distribuição massiva em escolas, fóruns, tribunais de Justiça e outros locais de grande movimentação de pessoas. Ela está disponível em ambiente eletrônico, no site do CNJ (www.cnj.jus.br ).
"Estamos na Semana da Justiça nas Escolas, que é voltada a todos os atores do sistema de justiça e de educação, no sentido de trazer questões não só relacionadas ao bullying como ao combate às drogas, evasão escolar, afim de debatê-las e informar a sociedade", explicou o juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Daniel Issler, na ocasião do lançamento da cartilha. "Um tema de importante discussão é a Justiça Restaurativa, que é uma das alternativas para tratar desses conflitos. Esse processo é diferente de uma solução meramente punitiva, restritiva do Estado", completa.
Posicionamento - Issler acredita que a visão da sociedade esteja mudando com relação ao problema. "O bullying não pode ser tolerado. Eu entendo que a situação de um aluno ser ridicularizado por outro não é nova - sempre aconteceu, sempre vivenciamos ou tivemos conhecimento. Acontece que esse tipo de comportamento não está mais sendo aceito pelas pessoas. O nome propriamente dito veio para qualificar, identificar esse tipo de conduta e nos permite falar sobre ela, além de criar maneiras de lidar com essa questão, que é grave", afirmou. "As consequências são muito fortes, entre elas, depressão e suicídio. Tem a questão do prejuízo no rendimento escolar e problemas de violência."
O lançamento da cartilha ocorreu durante o seminário de lançamento do projeto Justiça na Escola. Na ocasião, foram realizadas palestras sobre diversos temas relacionados ao bullying. A escritora Ana Beatriz destacou o fato de o fenômeno não ser exclusivo ao ambiente escolar. Segundo ela, trata-se de uma questão de saúde pública.
"Quando estamos falando no assunto, estamos defendendo uma sociedade menos violenta, porque esse é um tipo de violência. Mas, de certa forma, estamos restringindo-a ao território escolar. De todo modo, o bullying tem algumas características: a agressão é repetitiva, intencional - ou seja, não é pra brincar, é pra maltratar. A vítima tem que estar, sempre, em uma posição desproporcional de força: normalmente é pessoa tímida, reservada. É importante observar ainda a relação com a evasão escolar. Apesar de não haver uma estatística fixa, estudiosos vêm analisando os casos concretos que apontam para uma série de estados psicosomáticos ligado à estada ou à ida para a escola", completou.
Mariana Laboissière
marianalaboissiere.df@dabr.com.br
A violência física e psicológica contra pessoas incapazes de se defender, fenômeno popularmente conhecido como bullying, está na mira da Justiça. Uma cartilha informativa lançada com o selo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), visa orientar pais e educadores no combate ao problema, que se tornou uma verdadeira patologia no ambiente escolar. O livreto de 14 páginas é de autoria da psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva, que assina também o livro Bullying: mentes perigosas nas escolas. A primeira edição é parte integrante do projeto Justiça nas Escolas e compõe uma série de ações cujo objetivo é aproximar o Judiciário e instituições de ensino do país na prevenção de problemas que afetam crianças e adolescentes.
Os abusos físicos e psicológicos deixam marcas difíceis de serem apagadas da vida de qualquer estudante Foto: Cadu Gomes/CB/D.A Press
O texto é apresentado em forma de perguntas e respostas. Além da descrição do fenômeno e de suas diversas formas de manifestação, são elencadas as consequências e os meios de evitá-lo. Cerca de 46 mil exemplares da cartilha já estão sendo impressos para distribuição massiva em escolas, fóruns, tribunais de Justiça e outros locais de grande movimentação de pessoas. Ela está disponível em ambiente eletrônico, no site do CNJ (www.cnj.jus.br ).
"Estamos na Semana da Justiça nas Escolas, que é voltada a todos os atores do sistema de justiça e de educação, no sentido de trazer questões não só relacionadas ao bullying como ao combate às drogas, evasão escolar, afim de debatê-las e informar a sociedade", explicou o juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Daniel Issler, na ocasião do lançamento da cartilha. "Um tema de importante discussão é a Justiça Restaurativa, que é uma das alternativas para tratar desses conflitos. Esse processo é diferente de uma solução meramente punitiva, restritiva do Estado", completa.
Posicionamento - Issler acredita que a visão da sociedade esteja mudando com relação ao problema. "O bullying não pode ser tolerado. Eu entendo que a situação de um aluno ser ridicularizado por outro não é nova - sempre aconteceu, sempre vivenciamos ou tivemos conhecimento. Acontece que esse tipo de comportamento não está mais sendo aceito pelas pessoas. O nome propriamente dito veio para qualificar, identificar esse tipo de conduta e nos permite falar sobre ela, além de criar maneiras de lidar com essa questão, que é grave", afirmou. "As consequências são muito fortes, entre elas, depressão e suicídio. Tem a questão do prejuízo no rendimento escolar e problemas de violência."
O lançamento da cartilha ocorreu durante o seminário de lançamento do projeto Justiça na Escola. Na ocasião, foram realizadas palestras sobre diversos temas relacionados ao bullying. A escritora Ana Beatriz destacou o fato de o fenômeno não ser exclusivo ao ambiente escolar. Segundo ela, trata-se de uma questão de saúde pública.
"Quando estamos falando no assunto, estamos defendendo uma sociedade menos violenta, porque esse é um tipo de violência. Mas, de certa forma, estamos restringindo-a ao território escolar. De todo modo, o bullying tem algumas características: a agressão é repetitiva, intencional - ou seja, não é pra brincar, é pra maltratar. A vítima tem que estar, sempre, em uma posição desproporcional de força: normalmente é pessoa tímida, reservada. É importante observar ainda a relação com a evasão escolar. Apesar de não haver uma estatística fixa, estudiosos vêm analisando os casos concretos que apontam para uma série de estados psicosomáticos ligado à estada ou à ida para a escola", completou.
Este texto é muito interessante!!!Opinião: Ser alfabetizado vai muito além de usar códigos
Uma das exigências para que uma pessoa ocupe um cargo eletivo é que seja alfabetizada. Para tanto, deve apresentar um comprovante de sua escolaridade ou uma declaração escrita por ela própria.
Sem poder comprovar a escolaridade, o deputado mais votado do país Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, apresentou uma declaração de próprio punho, contestada pelo Instituto de Criminalística. Diante disso, foi denunciado à Justiça comum e eleitoral como possível analfabeto, podendo vir a perder o cargo. A Justiça poderá marcar uma audiência para que ele prove o contrário através de uma prova de leitura e escrita.
Esta prova consiste na leitura em voz alta de um texto simples, sem ter que mostrar a compreensão que teve dele; e na realização de um ditado, quando deve escrever o que ouve, não sendo levadas em conta a grafia ou ortografia corretas. Ou seja, para uma pessoa ser considerada alfabetizada basta que seja um codificador ou decodificador de palavras e textos.
Ser alfabetizado vai muito além de usar códigos. Pessoas assim são apenas analfabetos funcionais, escrevem e leem, porém são incapazes de usar essas habilidades na sua vida. Melhor dizendo, são incapazes de dar sentido para aquilo que escrevem e leem.
Ler e escrever têm a função de comunicar algo. A prova em questão só terá valor para avaliar a habilidade leitora se o que for lido fizer sentido e comunicar algo para o leitor. Para isso, é necessário que se verifique o entendimento feito do texto.
saiba mais
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Opinião: Educação é o grande desafio para os próximos governantes eleitos
Quem acompanha uma criança em seus primeiros anos escolares observa que muitas vezes ela lê uma história, por vezes curta e simples, mas não consegue compreender o que se passa nela. Isso se deve ao fato de que no início do aprendizado da leitura ela nada mais faz que decodificar o texto. Quando esta capacidade estiver desenvolvida, aí sim ela começará a dar um sentido maior ao que lê. Não podemos dizer que essa criança esteja alfabetizada.
O mesmo acontece com a escrita. Apenas escrever o que se ouve não faz da pessoa alguém capaz de produzir um texto legível e compreensível. Legível no sentido de usar regras comuns à linguagem escrita e com conteúdo com um mínimo de significado. Não apenas um amontoado de palavras.
Não me parece que a prova a ser aplicada para que alguém demonstre ser alfabetizado revele algo nesse sentido.
No Brasil e na América Latina, analfabeto funcional é aquele que tem mais de 20 anos e possui menos de quatro anos de estudo formal. No Canadá, a escolaridade mínima é de oito anos.
Esses critérios também são relativos. Principalmente quando observamos o desenvolvimento escolar efetivo de muitos daqueles que estudam vários anos nas nossas escolas públicas. Alguns terminam os quatro anos de estudos ainda analfabetos funcionais.
Estar alfabetizado de maneira funcional – alfabetismo funcional – envolve a capacidade de usar a linguagem escrita de maneira efetiva, possibilitando que a pessoa se comunique, informando-se e expressando-se através dela. A alfabetização se dá pela vida toda.
Fica difícil imaginar que uma pessoa que não seja funcionalmente alfabetizada consiga propor, editar ou revogar as leis de um país, como o deputado federal tem que fazer.
Mais que uma questão política, essa questão envolvendo o deputado eleito mostra a confusão que ainda se faz sobre analfabetismo e alfabetismo, que tem ocultado o verdadeiro nível de alfabetização do nosso povo e impedido que o Brasil se desenvolva mais.
Sem poder comprovar a escolaridade, o deputado mais votado do país Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, apresentou uma declaração de próprio punho, contestada pelo Instituto de Criminalística. Diante disso, foi denunciado à Justiça comum e eleitoral como possível analfabeto, podendo vir a perder o cargo. A Justiça poderá marcar uma audiência para que ele prove o contrário através de uma prova de leitura e escrita.
Esta prova consiste na leitura em voz alta de um texto simples, sem ter que mostrar a compreensão que teve dele; e na realização de um ditado, quando deve escrever o que ouve, não sendo levadas em conta a grafia ou ortografia corretas. Ou seja, para uma pessoa ser considerada alfabetizada basta que seja um codificador ou decodificador de palavras e textos.
Ser alfabetizado vai muito além de usar códigos. Pessoas assim são apenas analfabetos funcionais, escrevem e leem, porém são incapazes de usar essas habilidades na sua vida. Melhor dizendo, são incapazes de dar sentido para aquilo que escrevem e leem.
Ler e escrever têm a função de comunicar algo. A prova em questão só terá valor para avaliar a habilidade leitora se o que for lido fizer sentido e comunicar algo para o leitor. Para isso, é necessário que se verifique o entendimento feito do texto.
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Quem acompanha uma criança em seus primeiros anos escolares observa que muitas vezes ela lê uma história, por vezes curta e simples, mas não consegue compreender o que se passa nela. Isso se deve ao fato de que no início do aprendizado da leitura ela nada mais faz que decodificar o texto. Quando esta capacidade estiver desenvolvida, aí sim ela começará a dar um sentido maior ao que lê. Não podemos dizer que essa criança esteja alfabetizada.
O mesmo acontece com a escrita. Apenas escrever o que se ouve não faz da pessoa alguém capaz de produzir um texto legível e compreensível. Legível no sentido de usar regras comuns à linguagem escrita e com conteúdo com um mínimo de significado. Não apenas um amontoado de palavras.
Não me parece que a prova a ser aplicada para que alguém demonstre ser alfabetizado revele algo nesse sentido.
No Brasil e na América Latina, analfabeto funcional é aquele que tem mais de 20 anos e possui menos de quatro anos de estudo formal. No Canadá, a escolaridade mínima é de oito anos.
Esses critérios também são relativos. Principalmente quando observamos o desenvolvimento escolar efetivo de muitos daqueles que estudam vários anos nas nossas escolas públicas. Alguns terminam os quatro anos de estudos ainda analfabetos funcionais.
Estar alfabetizado de maneira funcional – alfabetismo funcional – envolve a capacidade de usar a linguagem escrita de maneira efetiva, possibilitando que a pessoa se comunique, informando-se e expressando-se através dela. A alfabetização se dá pela vida toda.
Fica difícil imaginar que uma pessoa que não seja funcionalmente alfabetizada consiga propor, editar ou revogar as leis de um país, como o deputado federal tem que fazer.
Mais que uma questão política, essa questão envolvendo o deputado eleito mostra a confusão que ainda se faz sobre analfabetismo e alfabetismo, que tem ocultado o verdadeiro nível de alfabetização do nosso povo e impedido que o Brasil se desenvolva mais.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)
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