Formação

Nesta página vocês encontrarão textos para reflexões,estudos,reuniões pedagógicas etc.Fiquem a vontade!

 Qual é a importância de ministrar aulas com emoção? Por que é necessário alcançar a mente do aluno pelo caminho do coração?

O professor não deve, necessariamente, estar emocionado. Não se trata, como se poderia a primeira vista pensar, que ele deve ser um ator onde externa sentimentos de aguda emoção. Se ele os externar, sem dúvida ajuda, mas não é nesse aspecto que o educar, através da emoção, se ressalta. O que se busca realçar é que toda aprendizagem significativa necessita, fundamentalmente, de cinco componentes na ação cognitiva do aluno, e um desses componentes é a emoção. Então a emoção, como os outros quarto paradigmas, é um dos fatores cruciais da aprendizagem. Isso não é um referencial desejável, é um componente essencial do processo de aprendizagem da criança, do adolescente e do ser humano de maneira geral.

Celso Antunes.



COMO SERÁ A AVALIAÇÃO ESCOLAR DAQUI PRA FRENTE


Cada vez mais estamos alterando o cenário educacional com inúmeras propostas inovadoras e criativas tanto no espectro metodológico quanto no espectro tecnológico.

Mas o passo mais difícil que teremos que dar é deixar velhos paradigmas como a avaliação para trás, pois estes instrumentos de medição ou mensuração em nada contribuem para as novas perspectivas que a nova Educação vislumbra.

Aplicar provas e entregar para os professores corrigirem poderá ser uma atividade que não mais será contemplada nestes novos espaços didático-pedagógicos.

Se temos alunos que são aprendizes e ensinantes, e temos professores que se determinaram a condição de também serem aprendizes, então a avaliação do processo de ensino e do processo de aprendizagem não pode seguir métricas antiquadas e retrógradas.

É preciso evoluir para novos projetos pedagógicos que responsabilizem todos os atores do processo de ensinar e aprender, a verificar como se deu o ensino e a aprendizagem.

Se no paradigma anterior, cometíamos o sacrilégio de não avaliar os professores pelos seus desempenhos, no novo paradigma todos serão avaliados por todos, através de tecnologias semióticas do tipo CURTIR e COMPARTILHAR.

Pois assim como nas REDES SOCIAIS e no FACEBOOK, em especial, o princípio básico da avaliação é CURTIR e COMPARTILHAR, também na escola o modelo deverá ser institucionalizado, onde professores que fizerem a tarefa de fazer os alunos aprenderem, deverão ganhar um CURTIR. Mas se essa aprendizagem for significativa, então ganharão um COMPARTILHAR.

Da mesma maneira os alunos que corresponderem as suas tarefas de pesquisa, colaboração e construção de conteúdo no ambiente virtual do FACEBOOK, ganharão um CURTIR. Mas se seus conteúdos forem de tal maneira capazes de fazer com que seus colegas aprendam algo novo, então receberão por eles, um COMPARTILHAR.

Perde-se nesta relação a única coisa que estava atravancando o progresso da qualidade do ensino e da aprendizagem, O PODER DA AVALIAÇÃO UNILATERAL.

Bem vindos aos novos paradigmas da Educação.



Conselho de classe: um espaço de reflexão

As reuniões  do conselho, quando bem conduzidas, possibilitam a revisão das estratégias docentes.

O conselho de classe é uma das poucas oportunidades em que é possível reunir os docentes das diversas disciplinas de um mesmo ano com o objetivo de analisar os processos de ensino e de aprendizagem sob múltiplas perspectivas. Quando as discussões são bem conduzidas, elas favorecem aspectos como a análise do currículo, da metodologia adotada e do sistema de avaliação da instituição. Dessa forma, possibilitam aos professores uma interessante experiência formativa, permitindo a reavaliação da prática didática.

Entretanto, se o conselho é mal planejado, ele se transforma em um desabafo coletivo e em uma cascata de queixas, que mais se assemelha a um tribunal onde o aluno é o réu. Infelizmente, em vez de deter a análise sobre o que o estudante produz, muitas vezes as discussões giram em torno daquilo que ele não faz - não realiza as lições de casa, não traz o material, falta em muitas aulas, não entrega as atividades - ou que faz inadequadamente - conversa muito durante as aulas, copia o trabalho dos colegas, é desrespeitoso com o professor. 

A função do conselho - que deve contar, sempre que possível, com a participação do diretor, do coordenador pedagógico e do orientador educacional, além dos professores - não é julgar o comportamento dos alunos, mas compreender a relação que eles desenvolvem com o conhecimento e como gerenciam a vida escolar para, quando necessário, propor as intervenções adequadas. 

Para tanto, a contribuição do orientador educacional é essencial, visto que ele pode ajudar a equipe a compreender como questões cognitivas, afetivas e sociais afetam a aprendizagem. Juntos, o orientador e os docentes devem definir os encaminhamentos que levem à melhoria da qualidade da produção dos estudantes. Nesse sentido, é fundamental o grupo socializar práticas bem-sucedidas que possam ser replicadas - considerando que, muitas vezes, os bons resultados na aprendizagem aparecem apenas após a mudança nas estratégias de ensino. 

Para esses momentos se tornarem produtivos, é fundamental que os professores tenham clareza das finalidades de cada reunião. Muitas escolas organizam pré-conselhos durante o ano para a divulgação dos resultados parciais das avaliações. Já o encontro do fim do ano tem o objetivo de decidir sobre aprovações ou retenções. O responsável pela organização desse evento - geralmente o orientador educacional ou alguém da equipe gestora - deve definir previamente com o grupo quais alunos apresentam maiores problemas e, por isso, terão as suas produções analisadas. Assim, ao longo dos meses ou das semanas que antecedem o encontro, os professores podem se preparar, observando o trabalho desses estudantes e identificando a natureza de suas dificuldades. Essas são informações preciosas a serem compartilhadas e discutidas com os demais docentes. Posteriormente, cabe ao orientador comunicar aos alunos e suas famílias o que foi discutido durante a reunião.

Tudo isso só será possível se os gestores planejarem um conselho de classe que ajude os docentes a ampliar o olhar sobre o desempenho da turma e a própria prática, propiciando assim a melhoria da qualidade do ensino.
É assessora psicoeducacional especializada em Psicologia da Educação.

Como elaborar um Projeto Pedagógico


1. Como fazer um projeto? Tema do Projeto – a questão apresentada pelo educador, pode não ser um problema para o aluno, por isso podemos permitir que os alunos definam os temas, que formulem problemas e coloquem o pensamento em funcionamento pela necessidade de entendê-lo melhor e alcançar soluções. 
• Trabalho em grupo – é enriquecedor, pois cada um poderá contribuir de maneira criativa para realização de um trabalho coletivo (uma rede), de acordo com seu interesse, trocando idéias, discussões, ou melhor um processo de construção de cooperação.
2. Como fazer um projeto? Tema do Projeto definido por: alunos professores comunidade. Explorar uma questão; Definir os problemas; Soluções.
3. Como fazer um projeto? trabalhar em grupos enriquece o trabalho; Contribuição criativa; Troca de idéias e discussões.
4. Projeto: Nome/Título 
• Justificativa (por que?)
 
• Objetivos (necessidades a alcançar)
 
• Atividades (o que fazer?)
 
• Estratégias (como fazer?)
 
• Acompanhamento (direcionamento)
 
• Avaliação (estímulo).
5. Como fazer um projeto? Acompanhamento do Projeto 
• Avaliação do processo de desenvolvimento do aluno durante a realização do projeto.
 
• Perguntar.
 
• Contra-argumentar
 
• Orientar sem fornecer soluções.
6. Uso de mídias e tecnologia 
•internet, jornais, rádio, tv, máquina fotográfica, filmadora etc.
 
•Pastas e sub-pastas; grupos; apresentação; outras ferramentas(power point,word, paint, porta USB, etc.)
7. Outras atividades paralelas: 
• Show de talentos
 
• Exposição de desenhos
 
•Exposição de fotos
 
•Desfile de modas
 
•Painel de poesia
 
•Jogral
 
•Leitura de textos (Art. da Constituição Federal, Passagens históricas, etc.)
 
•Teatro.
DICAS:
- Estar sempre interagindo com os alunos;
- Dinamizar ao máximo as atividades;
- Avaliar cada tarefa, sem deixar que as atividades se acumulem muito;
 
- Incentivar a participação dos professores e dos alunos em todas as fases do projeto;
- Ler sempre sobre o assunto;
 
- Explicar detalhadamente cada atividade;
 
- Se colocar sempre a disposição para eventuais dúvidas;
 
- Acompanhar sistematicamente o desenvolvimento do projeto.
Verbos adequados à formulação de objetivos
IDENTIFICAÇÃO
DESCRIÇÃO
COMPARAÇÃO
Identificar
Descrever
Comparar
Reconhecer
Caracterizar
Diferenciar
Denominar
Expor
Contrastar
Apontar
Narrar
Relacionar
Indicar
Traçar
Confrontar
Designar
Contar
Igualar
Intitular
Listar
Discernir
Mostrar
Relatar
Separar
Rotular
Imitar
Nivelar
Assinalar
Apresentar
Discriminar
Mencionar
Enumerar
Ligar
Evocar

Excluir/incluir
Determinar

Traçar paralelo
Refletir/citar



CLASSIFICAÇÃO
CONCLUSÃO
APLICAÇÃO
Classificar
Concluir
Aplicar
Escolher
Deduzir
Empregar
Ordenar
Decidir
Utilizar
Numerar
Justificar
Construir
Separar
Resumir
Praticar
Selecionar
Criticar/julgar
Efetuar
Distinguir
Analisar
Executar
Agrupar/reagrupar
Apreciar
Efetivar
Categorizar
Examinar
Criar
Colecionar
Conceituar
Elaborar
Dividir
Definir
Confeccionar
Subdividir
Generalizar
Explicar
Qualificar

Inventar



COMO ENSINAR O PRAZER DE LER

Rubem Alves



Não se pode ensinar as delícias do amor com aulas de anatomia e fisiologia dos órgãos sexuais. Se assim fosse, o livro "Cântico dos Cânticos", que está na Bíblia, nunca teria sido escrito. Não se pode ensinar o prazer da leitura com aulas sobre as ciências da linguagem. O conhecimento da gramática e das ciências da interpretação não faz poetas. Noel Rosa sabia disso e cantou: "Samba não se aprende no colégio...".
Tomei o livro de poemas de Robert Frost e li um dos seus mais famosos poemas. "Os bosques são belos, sombrios, fundos. Mas há muitas milhas a andar e muitas promessas a guardar antes de poder dormir. Sim, antes de poder dormir."
Li vagarosamente. Porque cada poema tem um andamento que lhe é próprio. Como na música. Se o primeiro movimento da "Sonata ao Luar", de Beethoven, que todos já ouviram e desejam ouvir de novo, "adagio sostenuto", fosse tocado —exatamente as mesmas notas!— como "presto", rapidamente a sua beleza se iria. Ficaria ridículo. Porque o "presto" é incompatível com aquilo que o primeiro movimento está dizendo. O tempo de uma peça musical pertence à sua própria essência.
Já sugeri que os escritores deveriam imitar os compositores, que, como medida protetora da beleza, colocam, ao início de uma peça, uma informação sobre o tempo em que ela deve ser tocada: grave, andante, "vivace", "maestoso", alegro. Cada texto literário tem também o seu próprio tempo.
Há textos que devem ser lidos ao ritmo de uma criança pulando corda e dando risadas. Como o poema "Leilão de Jardim", de Cecília Meireles: "Quem me compra um jardim com flores? Borboletas de muitas cores, lavadeiras e passarinhos, ovos verdes e azuis nos ninhos?". O poema inteiro é marcado por essa alegria infantil, saltitante. Quando se passa para a sua "Elegia", escrita para a sua avó morta, o clima é outro. Há uma tristeza profunda. Há de se ler lentamente, com sofrimento: "Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos. Tive medo de a enxugar: para não saberes que tinha caído".
Li vagarosamente. O poema pede para ser lido vagarosamente. Terminada a leitura, não me atrevi a dizer nada. É preciso que haja silêncio. A música só existe sobre um fundo de silêncio. É no silêncio que a beleza coloca os seus ovos. É no silêncio que as palavras são chocadas. É no silêncio que se ouve aquela outra voz mencionada por Fernando Pessoa, voz habitante dos interstícios das palavras do poeta.
(Por isso fico profundamente irritado quando alguém fala enquanto a música é tocada. É como se estivesse a ver uma partida de futebol enquanto faz amor...)
Passados alguns momentos de silêncio (como o silêncio que existe entre os dois movimentos de uma sonata), pus-me a ler o mesmo poema de novo, com a mesma música. E aí, então, no silêncio que se seguiu à segunda leitura, ouvi um soluço no fundo da sala. Uma jovem chorava. Jamais me passaria pela cabeça que ela estivesse chorando por causa do poema. Embora ele me comova muito, minha comoção nunca chegou ao choro. Pensei que se tratasse de um sofrimento de sua vida privada. Diante de um soluço, tudo pára. Agora, o que importava não era o poema, era aquele soluço.
"O que aconteceu?", perguntei. "Não sei, professor. Esse poema me deu uma tristeza imensa." Eu quis entender: "Mas o que, no poema, lhe deu tristeza?". "Não sei, professor. Só sei que esse poema me faz chorar..." Lembrei-me de Fernando Pessoa: "E a melodia que não havia, se agora a lembro, faz-me chorar". Grande mistério, esse: o que não há e que provoca o choro.
Como disse Paul Valéry, vivemos pelo poder das coisas que não existem. Por isso, os deuses são tão poderosos... (Essa jovem, que assim me marcou de forma inesquecível, pouco tempo depois morreu num desastre de carro. Espero que ela, no outro mundo, tenha visitado os bosques "belos, sombrios e fundos" de Robert Frost.)
Houve beleza e mistério porque eu não me meti a interpretar o poema. E, no entanto, a interpretação de textos parece ser uma das obsessões dos programas escolares. Se o meu propósito fosse interpretar o poema de Frost, para aproveitar o tempo, eu o teria lido um pouco mais depressa, teria desprezado o silêncio e não teria repetido a leitura.
Essas coisas nada têm a ver com a interpretação. A interpretação acontece a partir daquilo que está escrito —se devagar ou depressa, não importa. Minha primeira pergunta teria sido: "O que é que Robert Frost queria dizer?".
Toda interpretação começa com essa pergunta. É a pergunta que surge numa zona de obscuridade: há sombras no texto. O intérprete é um ser luminoso. Não suporta sombras. Ele traz suas lanternas, suas idéias claras e distintas, e trata de iluminar os bosques sombrios... Não percebe que, ao tentar iluminar os bosques, dele fogem as criaturas encantadas que habitam as sombras. Esquecem-se do que disse Gaston Bachelard: "Parece que existem em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxuleante...". O inconsciente é um bosque sombrio... (Continuamos a conversa mês que vem...)



*RUBEM ALVES - colunista da Folha de S.Paulo



Acreditando

   O ato de ensinar é grandioso, principalmente quando estamos abertos para aprender, 
pois acredito que enquanto ensinamos estamos aprendendo. “Quem ensina aprende ao 
ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
                                                                                      (Paulo Freire)
    É fascinante o brilho nos olhos de uma criança quando aprende a ler ou quando alguém
 consegue ler o que ela escreveu. Sei que o trabalho do professor de alfabetização é 
duro e muitas vezes angustiante, principalmente quando se depara com alguma criança
 que tenha dificuldade de aprendizagem, mas também acredito que o professor deve ser 
incansável na tarefa de buscar caminhos para ajudá-la a superar estas dificuldades.
    Acredito na aprendizagem ligada ao prazer, na aprendizagem que faça sentido e na
 elevação da autoestima, por isso acredito nas múltiplas inteligências, pois assim 
valorizamos o que cada um tem de melhor. E isto faz toda a diferença na vida de
 um aprendiz que precise superar dificuldades.

   “A emoção está para o prazer assim como o prazer está para o aprendizado, 
e a autoestima é a ferramenta que movimenta os estímulos para gerar bons resultados”.
                                                                                    (Marta Relvas)

      Nós professores precisamos antes de tudo, sabermos que tipo de alunos queremos
 formar, e então partirmos daí. Nunca nos sentiremos realizados se não tivermos 
consciência disto.

  “Como educar sem saber que tipo de aluno se pretende formar?”
                                                                                 (Gabriel Chalita)

      Por isso precisamos estar abertos para novas aprendizagens, estarmos 
abertos para novos saberes, incansáveis na busca de conhecimento. Este é o 
nosso dever como educadores.
                                           Professora   Ana Márcia Vieira

“Uma mente que se abre para novas ideias jamais voltará ao seu tamanho natural”.
                                                                                     (Albert Einstain)



Ana Márcia Vieira. 
Professora do Município do Rio de Janeiro, formada em LETRAS, 
Psicopedagoga, Psicomotricista e Pós-graduanda em Arte em Educação e Saúde. 
Autora do Blog ALFABETIZAÇÃO CRIATIVA




Melhores alunos de escolas pobres têm apoio dos pais, diz especialista

  

Para Beatriz Pont, da OECD, relação da escola com a família é essencial.
Governos devem investir nas escolas com maior vulnerabilidade social, diz.

Ana Carolina MorenoDo G1, em São Paulo
Embora não exista uma solução única e eficaz para o desafio dos países de atingirem e manterem um nível de educação considerado de qualidade, alguns elementos são essenciais para promover oportunidades iguais de aprendizado para todos alunos. Segundo a especialista espanhola Beatriz Pont, que trabalha na Diretoria de Educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), um dos mais importantes elementos, principalmente em escolas "desavantajadas" --as que ficam em comunidades vulneráveis social e economicamente--, é a proximidade entre a escola e a família.
"Um sistema de educação com expectativas altas tende a cumprir a expectativa. Os pais precisam acreditar. Se você não acredita no potencial do seu filho, ninguém vai acreditar, nem ele", afirmou Beatriz, durante palestra da Fundação Itaú Social na manhã desta quarta-feira (14), em São Paulo. Na ocasião, ela apresentou alguns dados do estudo "Equidade e qualidade em educação: apoiando escolas e alunos mais vulneráveis", publicado neste ano pela OECD.
"Um aluno não pode carregar o peso da pouca educação de seus pais. Todos devem ter a mesma oportunidade de aprender, não importa quem são seus pais e de onde eles vêm", disse.
Beatriz citou exemplos como o da Coreia do Sul, que em vinte anos passou de um patamar educacional semelhante ao do Afeganistão para ter todos os seus jovens matriculados no ensino médio. No caso do país asiático, ela explicou que os investimentos nas escolas e nos professores foram significativos --uma revolução educacional dessas só é possível, segundo ela afirmou ao G1, quando o governo adota a educação como prioridade.
O Brasil, na opinião da especialista, está na trilha certa. "Os resultados do Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Alunos] mostram que o Brasil avançou", disse ela. Porém, políticas públicas que privilegiem a formação de professores de qualidade, principalmente nos que atuam nas escolas com maior desvantagem, devem ser colocadas em prática para que o país continue no caminho correto.
Pais com pouco estudo ficam mais distantes da escola, às vezes têm medo de ir à escola, às vezes nem sabem da importância de participar"
Beatriz Pont,
analista da OECD
Incentivo familiar
A especialista afirma que vários estudos já demonstravam como crianças de famílias com baixa renda acabam tendo ainda menos incentivo para estudar. "Pais com pouco estudo ficam mais distantes da escola, às vezes têm medo de ir à escola, às vezes nem sabem da importância de participar", disse.
Por isso, faz parte da gestão escolar sabe como atrair principalmente esses pais, com meios de comunicação alternativos que vão além dos boletins escolares.
Uma das pesquisas da OECD mostram que adolescentes de 15 anos para quem os pais costumavam ler em casa, quando eles eram crianças, têm desempenho escolar melhor que os demais.
Beatriz explica que, se os pais não perguntam sobre a escola, isso mostra aos filhos que eles não dão valor a ela, e é essa a mensagem que eles recebem. "Mesmo pais com pouca educação podem incentivar os filhos a se dedicarem aos estudos."
Os dados da OECD mostram que aproximas os pais da escola é um desafio enfrentado por muitos países, e cada um tenta enfrentá-lo de um jeito. Na Holanda, professores fazem visitas às casas dos alunos e oferecem em suas escolas até cursos de alfabetização para os pais. Na Espanha, os alunos levam para casa a "maleta dos pais", com vídeos e informações sobre a escola e as expectativas quanto aos alunos. Já na Irlanda, a escola institui coordenadores comunitários, que têm a incumbência de fazer a ponte entre a comunidade e o colégio, mantendo os pais próximos dos professores.
Custos da má educação
O atraso educacional e a alta evasão escolar custam caro aos países. "As pessoas que não estudam tendem a custar muito mais ao sistema de seguridade social porque não conseguem arrumar emprego. Além disso, o baixo nível educacional limita a inovação para o crescimento econômico, além de deteriorar a coesão social", afirmou. Ela alertou ainda que melhorar a educação das camadas mais ricas não só não resolve a questão como provoca sérios problemas sociais.
"Por que não investir esse dinheiro de maneira mais inteligente, garantindo que as crianças aprendam?" Beatriz afirma que é necessário investir na educação infantil, mas também no ensino em todos os níveis, para evitar a evasão e, principalmente o sistema de reprovação dos alunos que não aprenderam o esperado.
Em alguns níveis, a taxa de reprovação brasileira chega a 40%, número semelhante ao de Macau, na China, e muito acima de países considerados como exemplos na área.
Ela explica que não adianta barrar o aluno e forçá-lo a repetir o mesmo conteúdo com os mesmos professores. "Quão entediante é isso? A reprovação é um dos motivos para o abandono", afirmou. Segundo ela, avisar os pais do risco de reprovação quando ela já é iminente não resolve, porque é preciso preencher as lacunas durante o ano letivo para garantir que o aluno aprenda. "O professor que diz que o aluno não tem capacidade de aprender deveria pensar se não foi ele que não soube ensinar."
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Depois que fizer as sondagens de escrita para avaliar as aprendizagens, dedique maior atenção àqueles alunos cujos resultados não correspondem às expectativas de aprendizagem, ou seja, que ainda não escrevem segundo a hipótese silábica com valor sonoro. Se mostrarem avanços, mas estes ainda forem pequenos, o que fazer?
Vários aspectos merecem ser considerados, mas um deles é fundamental: essas crianças precisam do seu acompanhamento diferenciado e próximo.
Mesmo que contem com a ajuda dos colegas nas propostas em duplas, é indispensável a intervenção direta e constante do professor. Seu apoio será importante, em certos momentos, para incentivá-las a continuar manifestando suas idéias. A relação que você estabelece com a criança e com o que ela produz é fundamental para que se sinta capaz de aprender. Em outros momentos, porém, cabem intervenções mais explícitas para que fiquem atentas às características do sistema de escrita; é o caso, por exemplo, de quando você pede para ajudarem a escrever certas palavras, faz perguntas sobre as letras iniciais ou finais etc.
Apresentamos a seguir algumas orientações gerais, que serão úteis no encaminhamento de qualquer atividade, com o intuito de criar condições para atender o maior número possível de alunos com dificuldades.
 

1. De posse das sondagens realizadas e da comparação dos resultados, identifique os alunos que necessitam de mais ajuda. Esse procedimento é essencial. É verdade que no dia-a-dia você obtém muitas informações acerca do que cada aluno já sabe. Mas as sondagens servem justamente para fortalecer essas impressões e, ao mesmo tempo, garantir que nada escape ao seu olhar. Sempre há alunos que não chamam tanto a atenção e não costumam pedir ajuda (são tímidos ou preferem não se manifestar), mas mostram ao longo do ano avanços menos significativos do que seria esperado, indicando que necessitam de um acompanhamento próximo – e isso não seria percebido sem a realização de sondagens periódicas.


2. Organize as duplas de modo que os dois parceiros estejam em momentos razoavelmente próximos em relação às hipóteses de escrita. Mais uma utilidade das sondagens: permitir que você agrupe os alunos de acordo com critérios mais objetivos. É sempre importante lembrar que a função das duplas não é garantir que todos façam as atividades corretamente, mas favorecer a mobilização dos conhecimentos de cada um, para que possam avançar. Lembre-se também de que uma boa dupla (a chamada dupla produtiva) é aquela em que os integrantes fazem uma troca constante de informações; um ajuda de fato o outro, e ambos aprendem. Preste muita atenção às interações que ocorrem nas duplas e promova trocas de acordo com o trabalho a ser desenvolvido.


3. Organize a classe de modo a deixar os alunos que mais necessitam de ajuda mais próximos de você, de preferência nas fileiras da frente. A tarefa do professor é altamente complexa. Inúmeras variáveis intervêm para que o objetivo de favorecer a aprendizagem de todos seja alcançado. Às vezes, detalhes permitem gerenciar melhor a ajuda que você pode oferecer. Um deles é o modo de organizar o espaço da classe. Se os alunos que demandam mais apoio e se dispersam com facilidade estiverem mais próximos a você, será mais fácil observar, orientar e intervir no trabalho que realizam.


4. Explique a todos o que deve ser feito em cada atividade, mesmo naquelas complementares, propostas apenas para os alunos que já escrevem convencionalmente. Este é mais um cuidado para potencializar a ajuda valiosa que você pode oferecer aos alunos que têm dificuldade. Se todos os alunos já sabem o que precisam fazer, seu apoio será mais produtivo para os que necessitam dele. Não se esqueça de explicar também a atividade complementar, a ser feita apenas por aqueles que trabalham num ritmo mais rápido, por lidarem melhor com os conteúdos propostos.


5. Após ter dado orientação para todos os alunos, caminhe entre eles e observe seus trabalhos, especialmente os daqueles que têm mais dificuldades. É importante circular entre os alunos enquanto eles trabalham por diversos motivos: avaliar se compreenderam a proposta, observar como estão interagindo, garantir que as informações circulem e que todos expressem o que sabem. Quando necessário, procure questionar e interferir, evitando criar a idéia de que qualquer resposta é válida. Observe também se o grau de dificuldade envolvido na proposta não está muito além do que podem alguns alunos, se não está excessivamente difícil para eles. Cada atividade propõe desafios destinados a favorecer a reflexão dos alunos. Muitas vezes você deverá fazer ajustes: questionar alguns para que reflitam um pouco mais, oferecer pistas para ajudar os inseguros. Você encontra sugestões para isso na orientação de cada atividade sugerida.
6. Se tiver muitos alunos que dependem de sua ajuda, acompanhe algumas duplas num dia e outras no dia seguinte. Lembre-se de que é necessário planejar diariamente atividades dedicadas à reflexão sobre o sistema de escrita (de escrita ou de leitura pelo aluno), já que esta é uma das prioridades do 1º ano. O desafio proposto para nós, professores, é muito grande, e sabemos que gerenciá-lo é uma arte. Não podemos ajudar todos, o tempo todo. Por isso, você precisa se organizar para melhorar as intervenções do ponto de vista qualitativo. Uma forma de garantir esse acompanhamento é sempre dar atenção particular a alguns alunos a cada dia. Além disso, a organização do trabalho em duplas permite que, mesmo nos momentos em que não contam com sua ajuda, possam trocar informações e se confrontar com idéias diferentes.
*FONTE: Guia para o planejamento do professor alfabetizado - VOL 3 (SMESP)



PORTFÓLIO – passo a passo (critérios)

O que significa PORTFÓLIO?
A raiz da palavra portfólio vem das palavras italianas “portare”, que significa “levar”, e “foglio”, que significa “papel” ou “folha”.  Um portfólio é um conjunto sistemático de trabalhos que pode evidenciar o progresso e o perfil das habilidades de um aluno ao longo do tempo.

Todos os indivíduos têm a tendência de congelar momentos da vida: álbum de fotos, diferentes tipos de coleções, escrita de livros, diários, etc. Uma das razões para tais ações é, vez por outra, poder reviver esses momentos e, consequentemente, perceber como mudamos com o tempo.  Sendo assim, mantemos PORTFÓLIOS de nossa vida desde sempre.

Nas escolas e/ou universidades, costuma-se trabalhar com portfólios de duas formas: para registrar, ao longo de todo o ano, as atividades desenvolvidas por cada aluno; e como uma espécie de relatório de um trabalho ou projeto específico. Em ambos os casos, tanto professor quanto o aluno, percebem e acompanham a evolução do trabalho. Principalmente se o projeto for INTERDISCIPLINAR, ou seja, desenvolvendo um arquivo de informações de diversas disciplinas. A proposta é que o aluno pense, esquematize e estabeleça relações e reflexões entre elas e aí dinamizar o APRENDER A APRENDER.

O PORTFÓLIO pode ser desenvolvido em projetos individuais ou coletivos. Nos primeiros, cada estudante escolhe o assunto que lhe interessa de uma lista predeterminada. Nos coletivos, o tema é o mesmo para todos, ainda que o registro possa ser individual.

Em nosso caso (CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA), privilegiamos o PORTFÓLIO COLETIVO!

PASSO A PASSO DO NOSSO CURSO:

- Após iniciarem as disciplinas de PRIMEIRO PERÍODO, é necessária a formação de grupos. Como fazer? Procure seus amigos através de MEU ESPAÇO, PERFIL DA TURMA  e entre em contato! Comunique-se! Perca a timidez!

- Assim que todos estiverem “de acordo”, vá ao webensino, COLABORAÇÃO, AMBIENTE DE GRUPO e selecione os componentes. Como fazer? No AMBIENTE DE GRUPO, clique em NOVO GRUPO, uma janela se abrirá. Em TÍTULO DO GRUPO digite um nome para o grupo (p.e. APRENDIZES, ESTUDOS, CONHECIMENTO etc.). Use a BARRA DE ROLAGEM para procurar as pessoas do SEU grupo, clique em cima do nome e da SETINHA na direção do espaço em branco, assim sucessivamente até ter separado todos os nomes. Por fim clique em FORMAR GRUPO. Pronto! Seu grupo está postado!

- Sugere-se que cada grupo tenha 05 COMPONENTES. Como é um trabalho que pretende a interação entre os alunos, NÃO É POSSÍVEL fazer sozinho. Logo conheça seus colegas!

- Para grupos compostos por menos de cinco alunos, o número de mídias e conceitos permanece o mesmo: 05 mídias e 05 conceitos.

- No transcurso da leitura do caderno de qualquer das disciplinas de 1º PERÍODO, o grupo deve selecionar cinco conceitos diferentes e analisar cinco mídias diferentes a partir desses conceitos.

- Não há mínimo, nem máximo: são cinco conceitos para cinco mídias diferentes.

- Mídias possíveis: livros, letra de música, filme, quadrinhos, programas de TV etc.

- Ferramenta de apresentação do portifólio do Projeto Interdisciplinar: WORD ou POWER POINT.

- No webensino (http://avm.webensino.com.br) tanto existem exemplos PRONTOS de portifólio em cada uma das ferramentas, quanto existem arquivos EM BRANCO a serem preenchidos pelo grupo também em ambas as ferramentas.

- Como acessar o PROJETO INTERDISCIPLINAR (Portfólio): clique em BIBLIOTECA e em PROJETO INTERDISCIPLINAR – primeiro período. Clique ali e veja os 04 arquivos: dois exemplos e dois modelos de cada ferramenta.

- Se o grupo escolher enviar o projeto em POWER POINT, todos os trabalhos deverão estar em POWER POINT. Caso escolha em WORD, todos os trabalhos deverão estar em WORD.

- Depois da escolha da FERRAMENTA, clique no arquivo EM BRANCO escolhido. Ao se abrir, vá em ARQUIVO, SALVAR COMO, dê um nome para o arquivo (p.e. PORTFÓLIO 1) e SALVE em seu computador. OBS.: O arquivo NÃO PODE ser aberto, desenvolvido e gravado no webensino! Antes de qualquer coisa, é preciso salva-lo em seu computador primeiro!

- Terminado o trabalho em seu computador, SALVE. Acesse a Internet, abra o WEBENSINO, clique em COLABORAÇÃO, AMBIENTE DO GRUPO. Lá você encontrará e clicará na frase INCLUIR PUBLICAÇÃO.

- Após clicar em INCLUIR PUBLICAÇÃO, abre-se uma janela. Digite o título (p.e: PORTFÓLIO 1) e digite uma mensagem sucinta (p.e. Portfolio do grupo...). Clique em PROCURAR (essa tecla abrirá as pastas do seu computador, procure o lugar onde gravou o ARQUIVO PORTFÓLIO 1). Ao encontrar o arquivo, clique DUAS VEZES em cima dele. O link do arquivo aparecerá no espaço vazio. Clique em ENVIAR.

- PRONTO! Seu trabalho está postado com sucesso! Todo o procedimento deverá ser repetido caso o grupo decida fazer o trabalho por partes.




MATÉRIA RETIRADA DO SITE CENTRAL DE PROFESSORES

Avaliação da Aprendizagem segundo Cipriano Luckesi

Tema complexo e polêmico entre os educadores, a Avaliação da Aprendizagem é de suma importância para o processo de ensino – aprendizagem, por tanto deve ser objeto de reflexão.
O texto I, “Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do Exame”, aborda a questão da avaliação centrada na promoção, ou seja, voltada apenas para promover alunos nos exames oficiais. Em nenhum momento esse tipo de pedagogia está preocupada em realmente avaliar os alunos e encontrar soluções para suas deficiências, mas treina-los para resolverem questões que cairão nas provas. A ênfase é para a memorização e nem sempre o que é estudado vai ser lembrando posteriormente.
O texto mostra que as provas muitas vezes são utilizadas como instrumento de ameaça e tortura prévia dos alunos, em vez de, ao contrário, serem usadas como elemento motivador.
Na verdade, a família também é responsável por esse tipo de pedagogia e a incentiva, já que está voltada para os resultados e valoriza apenas a promoção e não o processo.
Um estabelecimento de ensino que adota a pedagogia do exame está centrado nos resultados, verificando no todo das notas como estão os alunos no que se refere aos processos de promoção. As curvas estatísticas são suficientes, pois demonstram um quadro global do aluno no seu processo de promoção ou não nas séries de escolaridade. Porém, isso acaba por mascarar uma real aprendizagem já que não mede o quanto de informação se transformou realmente em conhecimento e não privilegia o processo pelo qual o aluno passa para chegar a tal resultado. Como educadores sabemos que cada indivíduo é único e que chegará ao resultado esperado, ou não, de diversas maneiras, por diversos caminhos e em tempos muitas vezes diferentes.
A avaliação da aprendizagem escolar se tornou ao longo dos anos, uma necessidade que atendia simplesmente a um determinado propósito, a promoção, porém, com o tempo passou a dominar o verdadeiro processo de aprendizagem.
A avaliação muitas vezes gera medo. Um medo que gera submissão forçada e petrificação de ações. O castigo, presente na punição (vergonha) pela nota baixa, torna-se um instrumento gerador de medo, seja este velado ou explícito. A ameaça, seja ela qual for, da aplicação da prova, da nota baixa, do mau desempenho, é acima de tudo um castigo antecipado.
Quando uma instituição ou professor prioriza a pedagogia do exame a conseqüência é que a avaliação não cumprirá realmente a sua real função, que seria a de subsidiar a decisão da melhoria da aprendizagem e apenas medirá o conhecimento dos alunos numa abordagem quantitativa e na maioria das vezes repressora.
No aspecto psicológico a avaliação é utilizada para desenvolver personalidades submissas. Professores e instituições usam a avaliação no desenvolvimento da autocensura e do autocontrole, sem que a coerção externa seja exercida.
No âmbito social a pedagogia do exame e esse tipo de avaliação exercem um papel seletivo e excludente já que valorizam apenas aqueles alunos que obtem um bom desempenho, uma boa nota, deixando para trás os que trilharam caminhos diferentes em suas trajetórias de aprendizagem, pois está articulada com a reprovação.
O texto II, “Avaliação da aprendizagem escolar: um ato amoroso”  trata a avaliação como um ato de amor, em que atitudes acolhedoras permitem ao sujeito viver a aprendizagem de forma plena e dinâmica, transformando realmente as informações em conhecimento.
Esse acolhimento tem características não julgadoras e seu objetivo é incluir o educando, pelos mais variados meios, no curso da aprendizagem satisfatória.
Quando a pedagogia é vista como um ato amoroso ela ajuda o aluno no seu desenvolvimento pessoal a partir do processo ensino-aprendizagem, respondendo à sociedade através da qualidade do processo educativo realizado.
Aprender é um ato social e a escola deve cumprir a função de educar a todos. Para que a educação seja realmente entendida nesse sentido é preciso recorrer a um caminho em que o crescimento individual esteja articulado com o desenvolvimento coletivo, no sentido de a escola ser responsável pelas pessoas que a compõem tanto no âmbito coletivo quanto individual.
A avaliação como ato de amor deve privilegiar o processo e diagnosticar o que realmente o aluno conseguiu aprender, para a partir de então desenvolver novas perspectivas a fim de promover a aprendizagem do que ainda estiver faltando. A avaliação deve criar a base para a tomada de decisão e, com isso, buscar maior satisfação nos resultados alcançados. Dessa forma, e através do uso de diversos instrumentos será realmente capaz de motivar o crescimento, propiciar a autocompreensão, bem como aprofundar e auxiliar na aprendizagem.
Não podemos esquecer que, enquanto educadores, somos todos responsáveis por esse processo.
                     Ester Chapiro     Visitem o site :http://www.centraldeprofessores.com.br
MATÉRIA RETIRADA DO SITE IG EDUCAÇÃO



FALTA TREINAMENTO PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
Especialistas criticam formação inicial dos professores que trabalham na primeira etapa da educação básica

Priscilla Borges, iG Brasília | 14/06/2010
Os professores que trabalham hoje nas salas de aula de creches e pré-escolas de todo o País não estão preparados para os desafios específicos da educação infantil. Essa é a opinião de diferentes especialistas que participaram nesta segunda-feira de seminário promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério da Educação sobre a qualidade da educação infantil.


Sharon Lynn Kagan, do Teachers College da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, lembrou que os programas de ensino – que ela considera tão importantes quanto o tamanho das turmas, a quantidade de alunos em sala de aula e a qualificação dos professores – precisam respeitar as crianças. Isso significa valorizar as necessidades específicas delas.Para a pesquisadora da Fundação Carlos Chagas Maria Malta Campos, os professores que atuam nessa fase aprendem muito pouco sobre o trabalho específico da educação infantil durante o curso de graduação. “Eles precisam aprender a lidar com as especificidades e têm de continuar a formação. A supervisão é outro ponto muito frágil da educação infantil. As equipes das secretarias são pequenas e não conseguem visitar as escolas para acompanhar o trabalho dos professores”, analisa.

“Não adianta garantir acesso. O ensino precisa ser de qualidade”, afirma Sharon. Na opinião da professora, a pesquisa divulgada no seminário, intitulada Educação Infantil no Brasil: avaliação qualitativa e quantitativa, deve ser analisada com cuidado pelos gestores, professores e sociedade em geral. “Em primeiro lugar, a qualidade de ensino para as crianças pequenas é baixa. Cerca de 70% delas estão em ambientes inadequados e isso pode comprometer o desenvolvimento deles”, alerta.

A professora Sônia Kramer, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), ressaltou que o País precisa enfrentar as tensões da gestão escolar, criar políticas públicas que incentivem a formação e promover o trabalho conjunto de professores da educação infantil e do ensino fundamental. “É preciso garantir transição muito mais do que articulação entre as etapas”, afirma.


O QUE FAZER COM ALUNOS QUE PARECEM NÃO APRENDER?

Depois que fizer as sondagens de escrita para avaliar as aprendizagens, dedique maior atenção àqueles alunos cujos resultados não correspondem às expectativas de aprendizagem, ou seja, que ainda não escrevem segundo a hipótese silábica com valor sonoro. Se mostrarem avanços, mas estes ainda forem pequenos, o que fazer?
Vários aspectos merecem ser considerados, mas um deles é fundamental: essas crianças precisam do seu acompanhamento diferenciado e próximo.
Mesmo que contem com a ajuda dos colegas nas propostas em duplas, é indispensável a intervenção direta e constante do professor. Seu apoio será importante, em certos momentos, para incentivá-las a continuar manifestando suas idéias. A relação que você estabelece com a criança e com o que ela produz é fundamental para que se sinta capaz de aprender. Em outros momentos, porém, cabem intervenções mais explícitas para que fiquem atentas às características do sistema de escrita; é o caso, por exemplo, de quando você pede para ajudarem a escrever certas palavras, faz perguntas sobre as letras iniciais ou finais etc.
Apresentamos a seguir algumas orientações gerais, que serão úteis no encaminhamento de qualquer atividade, com o intuito de criar condições para atender o maior número possível de alunos com dificuldades.

1. De posse das sondagens realizadas e da comparação dos resultados, identifique os alunos que necessitam de mais ajuda. Esse procedimento é essencial. É verdade que no dia-a-dia você obtém muitas informações acerca do que cada aluno já sabe. Mas as sondagens servem justamente para fortalecer essas impressões e, ao mesmo tempo, garantir que nada escape ao seu olhar. Sempre há alunos que não chamam tanto a atenção e não costumam pedir ajuda (são tímidos ou preferem não se manifestar), mas mostram ao longo do ano avanços menos significativos do que seria esperado, indicando que necessitam de um acompanhamento próximo – e isso não seria percebido sem a realização de sondagens periódicas.


2. Organize as duplas de modo que os dois parceiros estejam em momentos razoavelmente próximos em relação às hipóteses de escrita. Mais uma utilidade das sondagens: permitir que você agrupe os alunos de acordo com critérios mais objetivos. É sempre importante lembrar que a função das duplas não é garantir que todos façam as atividades corretamente, mas favorecer a mobilização dos conhecimentos de cada um, para que possam avançar. Lembre-se também de que uma boa dupla (a chamada dupla produtiva) é aquela em que os integrantes fazem uma troca constante de informações; um ajuda de fato o outro, e ambos aprendem. Preste muita atenção às interações que ocorrem nas duplas e promova trocas de acordo com o trabalho a ser desenvolvido.


3. Organize a classe de modo a deixar os alunos que mais necessitam de ajuda mais próximos de você, de preferência nas fileiras da frente. A tarefa do professor é altamente complexa. Inúmeras variáveis intervêm para que o objetivo de favorecer a aprendizagem de todos seja alcançado. Às vezes, detalhes permitem gerenciar melhor a ajuda que você pode oferecer. Um deles é o modo de organizar o espaço da classe. Se os alunos que demandam mais apoio e se dispersam com facilidade estiverem mais próximos a você, será mais fácil observar, orientar e intervir no trabalho que realizam.


4. Explique a todos o que deve ser feito em cada atividade, mesmo naquelas complementares, propostas apenas para os alunos que já escrevem convencionalmente. Este é mais um cuidado para potencializar a ajuda valiosa que você pode oferecer aos alunos que têm dificuldade. Se todos os alunos já sabem o que precisam fazer, seu apoio será mais produtivo para os que necessitam dele. Não se esqueça de explicar também a atividade complementar, a ser feita apenas por aqueles que trabalham num ritmo mais rápido, por lidarem melhor com os conteúdos propostos.


5. Após ter dado orientação para todos os alunos, caminhe entre eles e observe seus trabalhos, especialmente os daqueles que têm mais dificuldades. É importante circular entre os alunos enquanto eles trabalham por diversos motivos: avaliar se compreenderam a proposta, observar como estão interagindo, garantir que as informações circulem e que todos expressem o que sabem. Quando necessário, procure questionar e interferir, evitando criar a idéia de que qualquer resposta é válida. Observe também se o grau de dificuldade envolvido na proposta não está muito além do que podem alguns alunos, se não está excessivamente difícil para eles. Cada atividade propõe desafios destinados a favorecer a reflexão dos alunos. Muitas vezes você deverá fazer ajustes: questionar alguns para que reflitam um pouco mais, oferecer pistas para ajudar os inseguros. Você encontra sugestões para isso na orientação de cada atividade sugerida.
6. Se tiver muitos alunos que dependem de sua ajuda, acompanhe algumas duplas num dia e outras no dia seguinte. Lembre-se de que é necessário planejar diariamente atividades dedicadas à reflexão sobre o sistema de escrita (de escrita ou de leitura pelo aluno), já que esta é uma das prioridades do 1º ano. O desafio proposto para nós, professores, é muito grande, e sabemos que gerenciá-lo é uma arte. Não podemos ajudar todos, o tempo todo. Por isso, você precisa se organizar para melhorar as intervenções do ponto de vista qualitativo. Uma forma de garantir esse acompanhamento é sempre dar atenção particular a alguns alunos a cada dia. Além disso, a organização do trabalho em duplas permite que, mesmo nos momentos em que não contam com sua ajuda, possam trocar informações e se confrontar com idéias diferentes.

*FONTE: Guia para o planejamento do professor alfabetizado - VOL 3 (SMESP)


Bullying

Uma cartilha sobre o crime do bullyingVítimas de perseguições na escola precisam de atenção especial. O Conselho Nacional de Justiça ajuda a esclarecer a questão
Mariana Laboissière
marianalaboissiere.df@dabr.com.br

A violência física e psicológica contra pessoas incapazes de se defender, fenômeno popularmente conhecido como bullying, está na mira da Justiça. Uma cartilha informativa lançada com o selo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), visa orientar pais e educadores no combate ao problema, que se tornou uma verdadeira patologia no ambiente escolar. O livreto de 14 páginas é de autoria da psiquiatra e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva, que assina também o livro Bullying: mentes perigosas nas escolas. A primeira edição é parte integrante do projeto Justiça nas Escolas e compõe uma série de ações cujo objetivo é aproximar o Judiciário e instituições de ensino do país na prevenção de problemas que afetam crianças e adolescentes.


Os abusos físicos e psicológicos deixam marcas difíceis de serem apagadas da vida de qualquer estudante Foto: Cadu Gomes/CB/D.A Press
O texto é apresentado em forma de perguntas e respostas. Além da descrição do fenômeno e de suas diversas formas de manifestação, são elencadas as consequências e os meios de evitá-lo. Cerca de 46 mil exemplares da cartilha já estão sendo impressos para distribuição massiva em escolas, fóruns, tribunais de Justiça e outros locais de grande movimentação de pessoas. Ela está disponível em ambiente eletrônico, no site do CNJ (www.cnj.jus.br ).

"Estamos na Semana da Justiça nas Escolas, que é voltada a todos os atores do sistema de justiça e de educação, no sentido de trazer questões não só relacionadas ao bullying como ao combate às drogas, evasão escolar, afim de debatê-las e informar a sociedade", explicou o juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Daniel Issler, na ocasião do lançamento da cartilha. "Um tema de importante discussão é a Justiça Restaurativa, que é uma das alternativas para tratar desses conflitos. Esse processo é diferente de uma solução meramente punitiva, restritiva do Estado", completa.

Posicionamento - Issler acredita que a visão da sociedade esteja mudando com relação ao problema. "O bullying não pode ser tolerado. Eu entendo que a situação de um aluno ser ridicularizado por outro não é nova - sempre aconteceu, sempre vivenciamos ou tivemos conhecimento. Acontece que esse tipo de comportamento não está mais sendo aceito pelas pessoas. O nome propriamente dito veio para qualificar, identificar esse tipo de conduta e nos permite falar sobre ela, além de criar maneiras de lidar com essa questão, que é grave", afirmou. "As consequências são muito fortes, entre elas, depressão e suicídio. Tem a questão do prejuízo no rendimento escolar e problemas de violência."

O lançamento da cartilha ocorreu durante o seminário de lançamento do projeto Justiça na Escola. Na ocasião, foram realizadas palestras sobre diversos temas relacionados ao bullying. A escritora Ana Beatriz destacou o fato de o fenômeno não ser exclusivo ao ambiente escolar. Segundo ela, trata-se de uma questão de saúde pública.

"Quando estamos falando no assunto, estamos defendendo uma sociedade menos violenta, porque esse é um tipo de violência. Mas, de certa forma, estamos restringindo-a ao território escolar. De todo modo, o bullying tem algumas características: a agressão é repetitiva, intencional - ou seja, não é pra brincar, é pra maltratar. A vítima tem que estar, sempre, em uma posição desproporcional de força: normalmente é pessoa tímida, reservada. É importante observar ainda a relação com a evasão escolar. Apesar de não haver uma estatística fixa, estudiosos vêm analisando os casos concretos que apontam para uma série de estados psicosomáticos ligado à estada ou à ida para a escola", completou.


Este texto é muito interessante!!!Opinião: Ser alfabetizado vai muito além de usar códigos

Uma das exigências para que uma pessoa ocupe um cargo eletivo é que seja alfabetizada. Para tanto, deve apresentar um comprovante de sua escolaridade ou uma declaração escrita por ela própria.
Sem poder comprovar a escolaridade, o deputado mais votado do país Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, apresentou uma declaração de próprio punho, contestada pelo Instituto de Criminalística. Diante disso, foi denunciado à Justiça comum e eleitoral como possível analfabeto, podendo vir a perder o cargo. A Justiça poderá marcar uma audiência para que ele prove o contrário através de uma prova de leitura e escrita.
Esta prova consiste na leitura em voz alta de um texto simples, sem ter que mostrar a compreensão que teve dele; e na realização de um ditado, quando deve escrever o que ouve, não sendo levadas em conta a grafia ou ortografia corretas. Ou seja, para uma pessoa ser considerada alfabetizada basta que seja um codificador ou decodificador de palavras e textos.
Ser alfabetizado vai muito além de usar códigos. Pessoas assim são apenas analfabetos funcionais, escrevem e leem, porém são incapazes de usar essas habilidades na sua vida. Melhor dizendo, são incapazes de dar sentido para aquilo que escrevem e leem.
Ler e escrever têm a função de comunicar algo. A prova em questão só terá valor para avaliar a habilidade leitora se o que for lido fizer sentido e comunicar algo para o leitor. Para isso, é necessário que se verifique o entendimento feito do texto.
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Quem acompanha uma criança em seus primeiros anos escolares observa que muitas vezes ela lê uma história, por vezes curta e simples, mas não consegue compreender o que se passa nela. Isso se deve ao fato de que no início do aprendizado da leitura ela nada mais faz que decodificar o texto. Quando esta capacidade estiver desenvolvida, aí sim ela começará a dar um sentido maior ao que lê. Não podemos dizer que essa criança esteja alfabetizada.
O mesmo acontece com a escrita. Apenas escrever o que se ouve não faz da pessoa alguém capaz de produzir um texto legível e compreensível. Legível no sentido de usar regras comuns à linguagem escrita e com conteúdo com um mínimo de significado. Não apenas um amontoado de palavras.
Não me parece que a prova a ser aplicada para que alguém demonstre ser alfabetizado revele algo nesse sentido.
No Brasil e na América Latina, analfabeto funcional é aquele que tem mais de 20 anos e possui menos de quatro anos de estudo formal. No Canadá, a escolaridade mínima é de oito anos.
Esses critérios também são relativos. Principalmente quando observamos o desenvolvimento escolar efetivo de muitos daqueles que estudam vários anos nas nossas escolas públicas. Alguns terminam os quatro anos de estudos ainda analfabetos funcionais.
Estar alfabetizado de maneira funcional – alfabetismo funcional – envolve a capacidade de usar a linguagem escrita de maneira efetiva, possibilitando que a pessoa se comunique, informando-se e expressando-se através dela. A alfabetização se dá pela vida toda.
Fica difícil imaginar que uma pessoa que não seja funcionalmente alfabetizada consiga propor, editar ou revogar as leis de um país, como o deputado federal tem que fazer.
Mais que uma questão política, essa questão envolvendo o deputado eleito mostra a confusão que ainda se faz sobre analfabetismo e alfabetismo, que tem ocultado o verdadeiro nível de alfabetização do nosso povo e impedido que o Brasil se desenvolva mais.
(Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga)

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